Plano reserva R$ 500 milhões para cidades ao redor de hidrelétrica

27/03/2010 07:05

 

Plano contempla 11 cidades; Altamira e Vitória do Xingu não são prioridade.
Valor está previsto em edital e deve ser pago pelos vencedores do leilão


Ampliar FotoFoto: Mariana Oliveira/G1

Periferia de Altamira (Foto: Mariana Oliveira)

As duas cidades mais impactadas pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (Pará), Altamira e Vitória do Xingu, não estão entre as prioritárias no Plano de Desenvolvimeto Regional Sustentável do Xingu, que prevê R$ 500 milhões para ações de desenvolvimento econômico nas cidades da região.

 

De acordo com o coodenador do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu, Vilmar Soares, que faz parte das discussões, terão preferência as nove cidades da região que não serão diretamente impactadas pela obra: Anapu, Brasil Novo, Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio e Uruará. 

Isso porque, explicou Soares, os municípios de Altamira e Vitória do Xingu já serão favorecidos com a usina. "Não significa que essas duas não vão receber nada, mas o plano prevê favorecer os municípios que estão fora da área direta de influência da usina. Isso porque nesses locais (Altamira e Vitória do Xingu) já serão realizados investimentos. Enquanto isso, as outras cidades ficarão esquecidas se não houver a ajuda", explica Soares. 

Altamira e Vitória do Xingu serão sedes da obra, conforme o projeto, e terão inclusive alojamentos de trabalhadores. Brasil Novo, Anapu e Senador José Porfírio também serão terão parte da hidrelétrica em seus territórios, mas em um espaço bem inferior. As demais cidades não abrigarão a usina, mas estão no entorno.

 

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Falta de infraestrutura em Altamira em estrada que liga zona rural de Vitória do Xingu a Altamira (Foto: Mariana Oliveira/G1)

O valor de R$ 500 milhões para o plano de desenvolvimento está previsto no edital do leilão publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As vencedoras da concorrência que decidirá quais empresas executarão a obra no Xingu, marcada para o dia 20 de abril, serão responsáveis por repassar a verba. 
 

 

O montante faz parte dos mais de R$ 3 bilhões que os ganhadores do leilão terão que desembolsar como compensação estipulada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para reduzir os impactos sociais e ambientais da obra, que atingirá uma extensa área de preservação ambiental. As compensações foram condicionantes para a licença ambiental concedida pelo instituto. 

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